Artista! Atriz, cantora, dubladora, e até um pouco bailarina. ehehhehehe Enfim, só para dividir um pouquinho da minha vida...
RSS

O médico e o monstro vestem Fause Haten

Flavia Guerra - O Estado de S.Paulo


Hibridismo. Esta foi a palavra que não saiu da cabeça do estilista Fause Haten em sua última coleção para a São Paulo Fashion Week Verão 2011. Em seu desfile, realizado há pouco mais de uma semana, levou à passarela da Bienal um "quebra-cabeça". Em uma espécie de caos lógico, Haten combinou a manga de um vestido com a saia de outro, juntou os dois com a barra de um terceiro e formou, por fim, uma nova, e híbrida, roupa. No entanto, mesmo depois de "misturadas", cada peça adquiria uma individualidade única.


Há três dias, quando coordenava uma das provas de roupa para o espetáculo Jekyll & Hyde - O Médico e o Monstro, hibridismo e desconstrução estavam novamente ali, presentes nos vestidos, paletós e até batinas que os personagens do musical usarão no palco a partir de 8 de julho, quando o espetáculo entra em cartaz no Teatro Bradesco.

Com versão brasileira de Cláudio Botelho e direção artística de Fred Hanson, tem no elenco nomes como Nando Prado (Jekyll e Hide), Kiara Sasso (Emma, a noiva de Jekyll), entre outros.

Baseada no livro do escocês Robert Louis Stevenson, lançado em 1886, a história narra o drama de Henry Jekyll, médico que, obstinado em curar a loucura de seu pai, testa em si mesmo uma nova fórmula que promete isolar o "lado mau" que existe em cada ser humano. A empreitada não funciona e a face obscura de Jekyll toma a forma de Mr. Hide. Em vez do lado amável, o malévolo Hide, capaz de grosserias e atrocidades, passa cada vez mais a predominar sobre a personalidade do Dr. Jekyll.

É exatamente a forma original como Stevenson explora a linha tênue entre o bom e o mau que tornou a história tão popular ao longo dos séculos. O musical já foi visto por milhões de espectadores em 17 países e agora chega ao Brasil, mantendo suas características universais, mas com toques locais. Muito por isso, ainda que a história se passe no século 19 e que Haten tenha feito uma pesquisa minuciosa sobre os costumes e indumentárias da época, cada peça criada não é uma cópia exata do que se usava nas ruas de Londres quando o autor escreveu este que é um dos mais clássicos textos da língua inglesa.

Assim como na passarela de Haten, o que vai se ver no palco são híbridos entre o estilo "anquinha" e o contemporâneo. "Não há como criar algo totalmente fiel ao tempo passado. Tudo que faço é reflexo do meu próprio tempo", explicava o estilista ao Estado, enquanto botava literalmente a mão na massa e marcava com giz o corte "mais aberto" para o casaco do personagem Mr. Utterson, amigo do Dr. Jekyll. "Este mais aberto dá um ar contemporâneo ao personagem", indicava Haten ao alfaiate De Lello.

Indicações feitas, De Lello leva de volta as peças para seu ateliê e lá dá forma ao que Haten imaginou para cada indumentária. "Ele é um dos poucos que sabem mostrar e fazer o que quer. Isso é raro. Os figurinistas em geral dizem: "Quero assim." Já ele pega o giz e risca mesmo", disse o alfaiate.

De fato. Enquanto contava que, ao receber o convite da produção do musical, aceitou na hora "porque este é um dos textos de que mais gosta", Haten pregava alfinete por alfinete nas sobras a serem tiradas dos ombros do "Bispo". "Ainda bem que há alguma sobra. Afinal, ninguém é perfeito", brincava De Lello.

Mas é exatamente esta imperfeição criativa que Haten tem buscado em seu trabalho. Hibridismo, imperfeição, caos... Tudo bem calculado, é claro. Para conceber os mais de 200 figurinos que compõem o espetáculo, orçado em R$ 6 milhões, Haten criou detalhados croquis, com indicações de tecidos, decotes, babados, cores... "O croqui é uma referência importante, mas o que vai se ver no palco é bem diferente porque tudo foi evoluindo ao longo do processo. Dividi o espetáculo em fases e núcleos. Há o núcleo rico e suas duas fases. A do noivado, quando Jekyll ainda está doente e Mr. Hide assombra a cidade. E a do casamento, quando tudo é otimista. Para a primeira, escolhi tons mais escuros, tecidos pesados, muita lã, marrom, cinza... Para a segunda, há tons claros em maior quantidade, vestidos vaporosos, detalhes coloridos para os homens", conta Haten.

Anquinhas. São exatamente os personagens femininos que "ajudam" o estilista a marcar no figurino essas fases da história. Vale lembrar que o mistério se passa no final da era vitoriana, quando a Inglaterra vivia sua Pax Britannica, período de prosperidade, resgate dos valores e "bons costumes". Contraditoriamente, era também apontada por muitos historiadores como plena de hipocrisia e repressão moral. A moda da época repetia as tendências da década de 30 do mesmo século e a famosa "silhueta em S" (conseguida graças à combinação de espartilho, saias rodadas e armadas sobre as famosas anquinhas) ditava o estilo e classe social das mulheres. "Os homens, ainda que usassem cetim, veludo, eram também mais discretos e seu figurino girava muito em torno de calças de lã, camisas brancas, sobretudos. Já as mulheres usavam frufrus, armações. Quanto mais ricas, maiores as ancas."

Já os pobres... "Bom, o núcleo pobre tem tons terrosos, tecidos envelhecidos e sem o tingimento tão sofisticado. Quanto mais pobre a mulher, ainda que a saia fosse rodada, menos armação tinha. E muito menos detalhes havia nos vestidos. É esta diferença visual que quero que fique clara no palco."

Por falar em palco, é exatamente nele que o estilista quer estar cada vez mais. Além de ter se formado em atuação na Escola de Teatro Célia Helena, vem exercitando sua voz em sua loja (o espaço FH, em Pinheiros) e em seus desfiles. "Quando resolvi cantar nas duas últimas SPFW, perguntaram, assustados: "Tem certeza de que quer se expor?" Tinha. É isso que quero. O desconhecido, o novo. Fazer coisas como criar figurinos, atuar, cantar...", comenta Haten, que está levando os planos tão a sério que participou dos testes para o futuro musical Mamma Mia. "Cheguei às finais da seleção, mas perdi para os veteranos. Brinco com o pessoal que eles têm de espalhar que sou péssimo figurinista. Porque da próxima vez quero estar no palco."


A MODA VAI AO TEATRO

Babados. "Quanto mais ricas, mais frufrus e armações as mulheres da época usavam." ,

Como manda o figurino. Indumentária de Jekyll, de sua noiva Emma e da cortesã Lucy. Ao mesmo tempo que ajudam a narrativa, têm de dar mobilidade aos atores, que cantam e dançam em cena.
0 comentários

Versão do musical da Broadway 'O médico e o monstro' aposta na paixão do brasileiro por novelas


SÃO PAULO - É com muito tempero brasileiro que o musical da Broadway "O médico e o monstro", baseado no clássico de Robert Louis Stevenson, estreia em São Paulo no Teatro Bradesco em 9 de julho. Fred Hanson, diretor americano à frente da montagem, levou em conta o gosto nacional pela telenovela para contar a história do atormentado Henry Jekyll, que ao se fazer cobaia de seus próprios experimentos para a cura da loucura liberta seu alterego do mal, o assassino Edward Hyde. Com temporada até outubro em São Paulo, o musical estreia em janeiro de 2011 no Vivo Rio.
- Novela é melodrama. Levando em conta a paixão do público brasileiro pelo gênero, estamos explorando ao máximo os conflitos da dupla personalidade do protagonista e o triângulo amoroso gerado por ela, entre Jekyll/Hyde, a angelical Emma e a prostituta Lucy - explicou, na coletiva para a imprensa esta quarta-feira, em São Paulo, a o novaiorquino Hanson, que se familiarizou com o público brasileiro e aprendeu a falar português fluentemente quando dirigiu a versão brasileira de "Miss Saigon" em 2008.
Aproximar Londres da era vitoriana do público brasileiro é possível porque Hanson, o autor da versão brasileira Claudio Botelho e o diretor musical Paulo Nogueira têm carta branca de Steve Cuden e Frank Wildhorn, autores do original "Jekyll & Hyde" que estreou em 1997 no Plymouth Theater de Nova York.
- O andamento de alguns números musicais foi acelerado e acentuamos o romantismo das baladas. Na orquestração, que conta com 17 músicos tocando ao vivo, adicionamos mais percussão - exemplifica Paulo Nogueira.
O cenário de JC Serroni e os figurinos do estilista Fause Haten dão o toque final ao sabor brasileiro.
- Não quis ver outras versões do musical para não ficar influenciado. Fiz um pesquisa histórica, mas tenho total liberdade para criar os 150 figurinos da peça, que tem cenas de noivado e casamento - comemora Haten, que pela primeira vez assume a tarefa de criar trajes para personagens.

Kiara Sasso, protagonista de "A noviça rebelde", dá vida a Emma. Jekyll/Hyde é interpretado por Nando Prado, que em 11 anos de carreira em musicais interpretou Raoul em "O fantasma da ópera" e Gaston em "A bela e a fera". A carioca Kakau Gomes, uma das atrizes de "Beatles num céu de diamantes", é Lucy.
Com efeitos especiais como chuva, fogo e vôos em cena, "O médico e o monstro" custou R$ 6 milhões, dos quais R$ 3,5 milhões foram captados via lei Rouanet. Os patrocinadores da versão brasileira são Nestlé, Cielo, Bradesco e a empresa de engenharia elétrica ABB.
- Boa parte dos recursos foram consumidos pelos efeitos especiais. É um tipo de musical raro até mesmo na Broadway, é um thriller. Há uma grande história de amor, mas o suspense e a ação são também componentes fundamentais da história - explica o produtor Paulo Leal, completando que planeja fazer uma temporada em Portugal com o espetáculo.

Fonte: O Globo 0 comentários

Musical com ritmo acelerado


ANDREZZA ARNONE
andrezzaa@diariosp.com.br

O amor e o suspense que marcam “Jekyll & Hyde - O Médico e o Monstro” não saem de cena. Na versão de Cláudio Botelho – com direção geral de Fred Hanson – para o musical da Broadway, prevista para estrear dia 9 de julho no Teatro Bradesco, no entanto, foram feitas algumas adaptações, principalmente nas canções. Tudo para agradar ao público brasileiro.

“As pessoas em nosso país são aceleradas, radicais e poderiam se entediar em determinados momentos. Por isto, mostraremos as mesmas músicas, só que mais rápidas”, explica o diretor musical Paulo Nogueira. “Todos os atores tiveram a liberdade para criar e também fazer pequenas alterações no modo de cantar.”

Baseado na obra clássica de Robert Louis Stevenson, “Jekyll & Hyde - O Médico e o Monstro” leva ao palco uma orquestra de 17 músicos, e 28 atores para contar a história de Henry Jekyll (Nando Prado), um brilhante médico que, ao procurar a cura para a loucura de seu pai, acaba se tornando cobaia numa experiência e se transformando em Edward Hyde, seu alterego do mal.

Durante a trama, Jekyll se divide entre a noiva, Emma (Kiara Sasso), enquanto o maligno Hyde, se apaixona pela prostituta Lucy (Kacau Gomes). “É um trabalho difícil, porque tenho que pensar nos dois ao mesmo tempo”, revela Nando, que também foi protagonista de “Miss Saigon”.

Segundo o diretor Fred Hanson, muitos efeitos especiais, entre eles chuva “de verdade”, fogo e voos marcarão a peça. “Será bastante dinâmico, como o brasileiro gosta”, encerra ele.





JEKYLL & HYDE - O MÉDICO E O MONSTRO


Teatro Bradesco

(Bourbon Shopping Pompeia – Rua Turiassú 2.100, 3 piso, Pompeia; tel.: 3670.4100).

Dia 9 de julho.

6, às 21h30. Sáb., às 17h e às 21h. R$ 60 a R$ 190.

Diário de São Paulo

1 comentários