Versão do musical da Broadway 'O médico e o monstro' aposta na paixão do brasileiro por novelas
SÃO PAULO - É com muito tempero brasileiro que o musical da Broadway "O médico e o monstro", baseado no clássico de Robert Louis Stevenson, estreia em São Paulo no Teatro Bradesco em 9 de julho. Fred Hanson, diretor americano à frente da montagem, levou em conta o gosto nacional pela telenovela para contar a história do atormentado Henry Jekyll, que ao se fazer cobaia de seus próprios experimentos para a cura da loucura liberta seu alterego do mal, o assassino Edward Hyde. Com temporada até outubro em São Paulo, o musical estreia em janeiro de 2011 no Vivo Rio.
- Novela é melodrama. Levando em conta a paixão do público brasileiro pelo gênero, estamos explorando ao máximo os conflitos da dupla personalidade do protagonista e o triângulo amoroso gerado por ela, entre Jekyll/Hyde, a angelical Emma e a prostituta Lucy - explicou, na coletiva para a imprensa esta quarta-feira, em São Paulo, a o novaiorquino Hanson, que se familiarizou com o público brasileiro e aprendeu a falar português fluentemente quando dirigiu a versão brasileira de "Miss Saigon" em 2008.
Aproximar Londres da era vitoriana do público brasileiro é possível porque Hanson, o autor da versão brasileira Claudio Botelho e o diretor musical Paulo Nogueira têm carta branca de Steve Cuden e Frank Wildhorn, autores do original "Jekyll & Hyde" que estreou em 1997 no Plymouth Theater de Nova York.
- O andamento de alguns números musicais foi acelerado e acentuamos o romantismo das baladas. Na orquestração, que conta com 17 músicos tocando ao vivo, adicionamos mais percussão - exemplifica Paulo Nogueira.
O cenário de JC Serroni e os figurinos do estilista Fause Haten dão o toque final ao sabor brasileiro.
- Não quis ver outras versões do musical para não ficar influenciado. Fiz um pesquisa histórica, mas tenho total liberdade para criar os 150 figurinos da peça, que tem cenas de noivado e casamento - comemora Haten, que pela primeira vez assume a tarefa de criar trajes para personagens.
Kiara Sasso, protagonista de "A noviça rebelde", dá vida a Emma. Jekyll/Hyde é interpretado por Nando Prado, que em 11 anos de carreira em musicais interpretou Raoul em "O fantasma da ópera" e Gaston em "A bela e a fera". A carioca Kakau Gomes, uma das atrizes de "Beatles num céu de diamantes", é Lucy.
Com efeitos especiais como chuva, fogo e vôos em cena, "O médico e o monstro" custou R$ 6 milhões, dos quais R$ 3,5 milhões foram captados via lei Rouanet. Os patrocinadores da versão brasileira são Nestlé, Cielo, Bradesco e a empresa de engenharia elétrica ABB.
- Boa parte dos recursos foram consumidos pelos efeitos especiais. É um tipo de musical raro até mesmo na Broadway, é um thriller. Há uma grande história de amor, mas o suspense e a ação são também componentes fundamentais da história - explica o produtor Paulo Leal, completando que planeja fazer uma temporada em Portugal com o espetáculo.
Fonte: O Globo
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